quarta-feira, 13 de junho de 2012

Texto para discussão

Leia a reportagem exibida pelo telejornal Hoje, da Rede Globo, no dia 13/06/2012. O texto aborda os altos índices de reprovação de candidatos a estágios por não dominar as normas ortográficas da língua portuguesa.
Clique aqui para acessar a reportagem.

A seguir, confira o texto abaixo, que aborda o Acordo Ortográfico em vigor no Brasil desde 2009.

A NOVA ORTOGRAFIA

1. Não há  "nova" ortografia. O que se fez foi um subsistema, um pequeno conjunto de alterações do sistema. Ele recebeu um grande nome: Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. E ganhou outros: reforma ortográfica, nova ortografia e nova grafia. 

2. Não se deixe assustar por denominações. O sistema ortográfico não é novo, ainda é o velho com poucas mudanças. Não houve alteração nenhuma no uso das letras, nem na maioria das normas de acentuação. O que se escrevia com s continua sendo escrito com s, o que se escrevia com z continua sendo escrito com z. A maior parte do sistema não se alterou.

3. Preste atenção neste fato: o k, o w e o y agora fazem parte do alfabeto da língua portuguesa (são 26 letras). Mas isso não muda muita coisa, pois tais letras só continuarão sendo aceitas como símbolos e unidades de medida universais (K, potássio; kg, quilograma; W, watt) e na grafia de nomes próprios estrangeiros e eventuais derivados desses nomes em português: Taylor, taylorismo; Darwin, darwiniano.

4. O que mudou realmente? O trema caiu, não se usa mais. Fácil de lembrar, não? Se você esquecia de usar, continue esquecendo.

5. O que mudou realmente? O acento gráfico, agudo ou circunflexo, deixa de ser usado em uns poucos casos Você já leu as regras. Memorize essas sete palavras como padrão: androide, ideia, joia, feiura, deem, voo, apazigue.

6. Só sobreviveram dois casos de acento diferencial: pôr/por, pôde/pode. Não diferencie mais nada. Mas preste atenção no que continua como era por outros motivos: ele tem/eles têm; ele detém/eles detêm; ele entretém/eles entretêm.

7. Não se preocupe muito com o hífen. Tentaram simplificar, mas o tiro saiu pela culatra, pois até professores, escritores, jornalistas e acadêmico têm dúvidas, por exemplo, se se escreve "sub-humano" ou "subumano". Por que você não teria?

8. Não banque o anti-herói, deixando de hifenizar, nem o super-homem, hifenizando loucamente. Tente usar as regras com autocontrole, sem paranoia, sem considerar esse ato extra-humano, antissocial, anti-ibérico ou hiper-requintado.

9. Você já sabia usar ou não o hífen sem conhecer as regras, em virtude do hábito de leitura. Mantenha esse hábito de autoaprendizagem e relaxe, pois é muito provável que na sua redação no vestibular não ocorra nenhuma palavra maluca como pan-helênico, neorrepublicano, circum-hospitalar; mas, se acontecer, troque por uma expressão equivalente. Na língua portuguesa, como na política, há suplente para tudo.

10. Não é um megaproblema. Foi só um maxiacordo por uma minirreforma. [...]
(Rogério Chociay. In: Revista Língua Portuguesa: Especial Redação 2009. São Paulo: Segmento, 2009.)

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