Agora, leia este texto.
Uma rede de área de sistema (SAN) é uma classe nova de comunicação de alto desempenho interconnector que foi recentemente lançada. Fica disponível para clusters do computador ou de estação de trabalho. O Windows 2000 Datacenter Server suporta SAN com determinado hardware.
Redes de área de sistema fornecem elevada largura de banda (mais do que 1 GB/segundo) com muito baixa latência. SAN são trocadas com um concentrador comum suporte 4 a 8 nós. É possível criar redes maiores de concentradores em cascata. Limitações de comprimento do cabo podem variar entre metros uns para alguns quilômetros.
Uma SAN é normalmente utilizada para interligar nós num sistema informático distribuído, tal como um cluster. Estes sistemas são membros de um domínio administrativo comum e estão normalmente em proximidade física. Uma SAN é assumida como fisicamente segura. (Adaptado de http://support.microsoft.com/kb/260176/pt. Acesso em: 5 abr. 2010.)
Como você deve ter notado, esse texto não nos conta um fato, mas sim apresenta um produto – as redes de área de sistema –, enumerando suas características principais. É, pois, um texto descritivo.
A descrição é um discurso de base que sustenta textos em que se caracteriza algo ou alguém, em que se colocam em evidência as características que se percebe do objeto observado. Esse tipo de texto provoca uma imagem, um reconhecimento do que foi caracterizado.
Sendo assim, descrever é criar imagens com palavras. As descrições apresentam informações apropriadas sobre algo (objeto, pessoa, ambiente). Para o escritor, a descrição precisa responder, pelo menos, a algumas destas perguntas:
Ø O que é isto?
Ø Para que serve?
Ø Isto se parece com quê?
Ø De que é feito?
Ø Como funciona?
Ø Quando isso ocorreu?
Ø Quem fez e como?
A descrição evidencia a percepção que o autor tem dos objetos e dos sentimentos através dos cinco sentidos. Ela é o resultado da contemplação e da apreensão de algo objetivo ou subjetivo que foram mediatizadas pelos cinco sentidos.
De acordo com a finalidade, se faz a descrição. Uma flor pode ser descrita por um poeta para compará-la artisticamente à sua amada ou ser descrita por um botânico para o estudo de suas características.
Também é diferente a descrição de um aparelho para que um leigo saiba como usá-lo ou para que um técnico tenha as indicações necessárias a fim de poder fazer um conserto. Portanto, conforme a finalidade, escolhe-se o ponto de vista: o que deve ser apresentado com destaque, que pormenores devem ser escolhidos, em que ordem descrever.
Dependendo do ponto de vista e da atitude de quem escreve, a descrição pode ser:
a) objetiva: busca-se o retrato mais fiel da realidade, ser ou objeto descrito. Nesse tipo, a qualidade mais importante será a precisão, a exatidão. É uma forma de exposição e geralmente é analítica. Esse tipo de descrição presta informações objetivas, analisando e distinguindo as partes que compõem o objeto da descrição. Encontra-se a descrição objetiva em manuais, retrato falado, cartas, ensaios, livros de guia, histórias ou anúncios, onde e quando a descrição oferece meras informações sobre certo objeto.
b) subjetiva: retrata-se o ser ou objeto sob a perspectiva de quem escreve, existe um “descomprometimento” com a exatidão, com a realidade; selecionam-se as informações a partir das impressões, das sensações despertadas. É o tipo de redação que descreve a impressão do mundo captada pelos sentidos do escritor, de acordo com sua sensibilidade e imaginação. A descrição subjetiva é mais comum em textos como crônicas, romances, novelas, contos.
Gramaticalmente, predominam nos textos descritivos:
ü frases nominais e orações centradas em predicados nominais;
ü formas verbais no presente ou pretérito imperfeito;
ü adjetivos;
ü advérbios de lugar, identificando a dimensão e/ou disposição espacial do objeto descrito;
ü períodos curtos e coordenação.
Hêndricas Nadólskis destaca ainda a descrição técnica, a qual
descreve objetos, maquinismos, componentes, processos; especifica qualidades do todo e das partes; analisa o funcionamento. Caracteriza-se pela precisão do vocabulário, cuidadosa escolha dos pormenores significativos, linguagem correta, objetiva, com frases curtas e diretas.
Basicamente, a descrição técnica pode ser de objeto ou de processo. A descrição de objeto define, apresenta características, mostra as partes e funções, indica finalidades. A descrição de processos apresenta seu desenvolvimento em ordem cronológica, com indicação clara das frases, realçando a ação, os movimentos e apresenta resultados. Desenhos gráficos ajudam a entender melhor o processo. Os pormenores devem ser criteriosamente selecionados para não se confundir a compreensão do que é essencial. (2005, p. 133-134)
Exemplo de descrição técnica:
VELOCIDADE MÁXIMA NA INTERNET
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Mala direta da Telefônica
Esquematizando, podemos diferenciar narração e descrição da seguinte maneira:
Sequência narrativa | Sequência descritiva |
Foco no fato e na ação. | Foco no ser. |
Noção processual, de progressão temporal. | Noção estática, de permanência temporal. |
Predominância de verbos de ação, circunstanciais espaço-temporais. | Predominância de verbos de estado, adjetivos e circunstanciais espaciais. |
Fonte: José de Nicola. Gramática da palavra, da frase, do texto. São Paulo: Scipione, 2004. p. 450.