domingo, 24 de outubro de 2010

Atividades de coesão textual

As atividades a seguir foram adaptadas de prova seletiva do IFSul.

Leia o texto a seguir.

Contra o homem obsoleto

Antes de dizer “não” à tecnologia, você já a vestiu. Olhe para sua calça! Não há um zíper aí? Pois então: é tecnologia. Os tecidos sintéticos, a manufatura do sapato, a máquina do relógio – você, leitor, é um cabide de tecnologia. Para comprar essa roupa, você pegou algum veículo motorizado, foi até a loja, escolheu, deu um cheque ou cartão de crédito. Para a roupa ir da fábrica até a loja, também precisou de veículo, cálculo, logística... O pente, o xampu, o perfume, o sabonete, tudo o que você usou antes de vestir a roupa também precisou de tecnologia. Polímeros, já ouviu falar? Já esteve numa indústria que produz xampu e visitou seu departamento de pesquisa? Cada microscópio daqueles usa... tecnologia. Por sinal, já nem sequer existem laboratórios sem computadores. Toda essa revolução da biogenética a que estamos assistindo hoje nada seria sem os computadores. Assim, como você ninguém mais consegue imaginar sua vida sem TV, CD, rádio, PC, telefone e todas essas outras incontáveis siglas que cabem no armário da tecnologia.

Ah, sim, existem roupas cuja função parece mais a de ostentar uma etiqueta do que vestir-se confortavelmente. Alimentos devem vir direto da natureza, sem agrotóxicos, frescos como o orvalho. Celulares irritam, como ironizou memoravelmente Ettore Scola no filme O Jantar, quando o restaurante inteiro procura o telefone que está tocando. Certas pessoas acham que ter o carro e a engenhoca de última geração é ser como um extraterrestre no meio de um bando de gente obsoleta. O “fast-food” e o entretenimento abusam da tecnologia para fingir que não são aquilo que são por excelência: descartáveis. Nossa carteira tem tanto cartão que nem sabemos as tantas utilidades que nos fizeram subscrevê-lo. Os e-mails entopem a memória do computador, e o DVD que você comprou não serve para a área geográfica do aparelho.

Ao voltar, reler e analisar os elogios à tecnologia no primeiro parágrafo e as críticas no segundo, é possível reparar que as críticas não são à tecnologia, mas ao modo como ela nos domina ou domina nossa vida cotidiana, ampliando o estresse e a frustração. Sem tecnologia o homem não é nada. Sem tecnologia – atenção, Brasil – um país não é nada. Os produtos, as logísticas e os entretenimentos, sem tecnologia, seriam muito mais toscos e caros. Mas a tecnologia sem os homens e os países também não é nada. É da criatividade sem fronteiras daquele cientista indiano que trabalho em Londres ou daquele japonês que dá aula nos Estados Unidos que vem a esperança do homem no homem, tanto quanto dos direitos civis, dos acordos de paz, da possibilidade de comer todo dia, das artes e suas interpretações. É a pesquisa em ciência e tecnologia que faz o ser humano lembrar que tem a faculdade de resolver problemas, especialmente os que ajudou a criar.

Ora, quem criou a bomba atômica não foi a tecnologia, foi o homem que um dia se viu da realidade de sua construção. Assim, a mesma tecnologia pode espalhar uma mensagem atômica pelos quatro cantos do mundo para dizer que ela, tecnologia, é uma roupa que vestimos porque precisamos e queremos – e a qual podemos também tirar quando queremos e precisamos.

(Adaptado de Daniel Piza. In: Revista Classe, 2006, p. 28)

1. Observe as afirmativas abaixo:

I. No primeiro parágrafo, o autor faz o leitor refletir sobre os benefícios trazidos pela tecnologia no nosso cotidiano, fato que, muitas vezes, passa despercebido por nós.

II. No segundo parágrafo, o autor ignora, ironicamente, a questão de como a tecnologia, às vezes, atrapalha o dia a dia das pessoas.

III. No terceiro parágrafo, o autor aborda a ideia de que a tecnologia é importante para o desenvolvimento de um país, fomentando a criatividade e a busca de soluções para os problemas.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)

a) I e II apenas. b) I e III apenas. c) III apenas. d) I, II e III.

2. Do texto, NÃO é possível inferir que

a) o homem utiliza de forma indevida algumas tecnologias.

b) a tecnologia é responsável pelo desencadeamento de problemas irreversíveis à humanidade.

c) o progresso de um país depende de seu investimento em tecnologia.

d) o avanço científico permite maior acesso a bens de consumo.

3. Observe:

Para a roupa ir da fábrica até a loja, também precisou de veículo, cálculo, logística... (linhas 4 e 5)

Qual dos conceitos abaixo vai ao encontro do significado da palavra em negrito?

a) Área da administração que cuida do transporte e armazenamento de mercadorias.

b) Doutrina que pretende serem as relações empresariais redutíveis às relações da lógica.

c) Conjunto de estudos tendentes a expressar, em linguagem racional, as estruturas do pensamento.

d) Sistema de ideias, princípios e valores que buscam a logicidade na execução de atividades industriais.

4. Em qual alternativa o pronome destacado NÃO se refere à expressão indicada?

a) seu – indústria (parágrafo 1)

b) que – revolução da biogenética (parágrafo 1)

c) cuja – roupas (parágrafo 2)

d) sua – realidade (parágrafo 4)

5. Paralelismo é uma convenção da linguagem que consiste em apresentar ideias similares de uma forma gramatical idêntica. Dessa forma, é importante que, na organização de um período, os elementos possuam uma mesma função sintática e classe gramatical idêntica.

Levando em conta a afirmação acima, qual das construções apresenta quebra de paralelismo?

a) O autor do texto afirma que a tecnologia é indispensável ao desenvolvimento de um país e que o homem tem o dever de utilizá-la adequadamente, visando a diminuir as desigualdades sociais.

b) O autor do texto afirma ser a tecnologia indispensável ao desenvolvimento de um país e ter o homem o dever de utilizá-la adequadamente, visando a diminuir as desigualdades sociais.

c) O autor do texto afirma ser a tecnologia indispensável ao desenvolvimento de um país e que o homem tem o dever de utilizá-la adequadamente, visando a diminuir as desigualdades sociais.

d) O autor do texto afirma não só que a tecnologia é indispensável ao desenvolvimento de um país como também que o homem tem o dever de utilizá-la adequadamente, visando a diminuir as desigualdades sociais.

6. Justifique o uso dos pronomes demonstrativos em negrito no primeiro parágrafo.

7. Pronomes relativos são palavras que representam nomes já referidos e estabelecem relação entre duas orações. Ao empregá-los, devemos levar em conta a regência dos nomes ou verbos a que estão subordinados. Assim, antes do pronome relativo, deve ocorrer a preposição que for exigida pelo termo ao qual ele estiver associado. Ex.: Toda essa revolução biogenética a que estamos assistindo hoje...

Complete as frases abaixo, identificando a relação adequada:

a) Tecnologia voltada para o social é uma realidade __________ todos sonhamos.

b) A energia nuclear é uma tecnologia avançada ___________ benefícios não podemos nos esquecer.

c) O progresso ___________ lutamos pode trazer como consequência a poluição do meio ambiente.

8. Observe:

Sem tecnologia o homem não é nada. Sem tecnologia – atenção, Brasil – um país não é nada.

Você concorda com essa afirmação? Construa um parágrafo expondo e justificando seu ponto de vista a respeito dessa questão.

Mecanismos de coesão textual


Elementos de referência

Como já vimos, para garantir que suas ideias cheguem ao leitor exatamente da forma como pretende, com a palavra mais precisa e a frase mais adequada, você deverá fazer uso dos mecanismos de ligação apropriados. Afinal, são eles os responsáveis pelo encadeamento das ideias, pela progressão textual e, consequentemente, pela maior ou menor aceitabilidade de seus textos.

Observe, por exemplo, o trecho a seguir:

A água é o maior recurso natural que possuímos. A água está sendo desperdiçada. Para não faltar água, as pessoas precisam racionar e usar a água de forma inteligente.

Se as pessoas economizarem água, ela não vai faltar para nossos filhos e para os nossos netos, preservando o futuro de nossos filhos, de nossos netos e do próprio planeta.

Provavelmente ele não será bem aceito pelo leitor, principalmente por causa das repetições excessivas de certas palavras.

Um jeito eficaz de estabelecer a coesão é recorrer ao uso de sinônimos ou de pronomes, além de unir duas ou três frases numa só, tornando o texto mais conciso. Veja:


A água, nosso maior recurso natural, não é utilizada de forma racional e inteligente. Precisamos aprender a economizá-la, para que não falte a nossos filhos e netos. Dela depende até mesmo a sobrevivência do planeta.


Sinônimos e pronomes são chamados mecanismos de referência, pois estabelecem a coesão textual substituindo palavras já mencionadas ou a mencionar.

Alguns pronomes merecem uma atenção especial em seu emprego, como os pronomes demonstrativos, por exemplo. Observe a tira abaixo:

DAVIS, Jim. Garfield está de dieta. Porto Alegre: L&PM, 2005. p. 126.

No primeiro quadrinho, o balão deve ser completado com o pronome esta:

Esta fica legal, não fica?”

O uso do demonstrativo feminino singular esta justifica-se, pois se refere à roupa e indica a sua proximidade de quem fala, no caso, Jon, que está vestindo-a.

Já no segundo quadrinho, o pronome apropriado seria essa:

Legal não faz justiça a essa roupa.”

Por quê?

Porque quem faz tal afirmação, Garfield, está menos próximo do objeto que o pronome designa, isto é, da roupa.

Os pronomes demonstrativos, portanto, costumam revelar uma noção espacial, como você pode visualizar no quadro a seguir:

Noção espacial

Noção temporal

Formas variáveis

Formas invariáveis

Proximidade da pessoa que fala ou coisa muito próxima

Presente

Este, esta, estes, estas

Isto

Proximidade da pessoa com quem se fala ou coisa pouco distante

Passado recente ou futuro próximo

Esse, essa, esses, essas

Isso

Proximidade da pessoa de quem se fala ou coisa muito distante

Passado remoto

Aquele, aquela, aqueles, aquelas

Aquilo

No interior dos textos, os pronomes demonstrativos também podem assinalar noção de proximidade entre as palavras e, assim, exercer o papel de elemento de coesão. Veja:

“Segundo ela [a engenheira de pesca Ana Paula Prates], as unidades de conservação contemplam cerca de 80% dos recifes rasos e mapeados, ‘mas isso não significa que a maioria dos recifes esteja protegida’, explica.” (Revista Galileu, n. 151, fev. 2004, p. 61)

O pronome isso é usado como referência textual, já que retoma o trecho “as unidades de conservação contemplam cerca de 80% dos recifes rasos e mapeados”, já mencionado.

Quando se pretende fazer referência a algo que ainda será dito, usa-se isto:

É isto que eu digo sempre: ler é fundamental.

Também podemos usar os demonstrativos para referenciar dois ou três elementos já citados, como na seguinte frase:

A Microsoft e a Sony vão lançar no Brasil dois produtos que prometem alterar a forma como vemos os games: o Kinect e o Move. Este, da japonesa, se liga ao PlayStation 3; aquele, da empresa de Bill Gates, funciona com o console Xbox 360.

Este retoma Move, o último a ser mencionado (+ próximo), enquanto aquele refere-se a Kinect, mencionado primeiro (+ distante no texto).

Resumindo:

Pronomes demonstrativos como referência textual

O que vai ser mencionado: este/esta/isto.

O que se mencionou antes: esse/essa/isso.

Entre dois ou três fatos citados: o primeiro que foi citado = aquele/a; o do meio = esse/a; o último citado = este/a.

Exemplos:

Meu irmão vive repetindo este provérbio: “Casa de ferreiro, espeto de pau”.

“Casa de ferreiro, espeto de pau.” Meu irmão vive repetindo esse provérbio.

O fumo é prejudicial à saúde; isso já foi comprovado cientificamente.

O fumo é prejudicial à saúde, e esta deve ser preservada.

Além dos demonstrativos, os pronomes relativos também merecem um cuidado especial em sua utilização.

Dois dos problemas mais comuns na construção dos textos dizem respeito a, principalmente, dois pronomes relativos muito usados: que e onde.

Emprego excessivo do pronome relativo QUE

Observe a frase a seguir:

“As pessoas que assistem à televisão acabam se tornando máquinas que irão consumir os produtos que a TV vende.”

Você pode perceber que ela é confusa e desagradável pela abundância do relativo que. Há várias possibilidades de alteração da frase para eliminar esse excesso. Dentre tais possibilidades, destacamos quatro fundamentais:

1ª. possibilidade: Substituir por um substantivo, geralmente acompanhado de complemento.

  1. O jornalista, que redigiu a reportagem sobre cibercultura, será premiado.
  2. O jornalista, redator da reportagem sobre cibercultura, será premiado.

2ª. possibilidade: Substituir a oração por um adjetivo.

  1. Você tem uma letra que não se pode ler.
  2. Você tem uma letra ilegível.

3ª. possibilidade: Substituir a oração iniciada com o relativo que por uma reduzida de gerúndio.

  1. Fez-se um relatório que descreve o desenvolvimento do projeto.
  2. Fez-se um relatório descrevendo o desenvolvimento do projeto.

4ª. possibilidade: Substituir a oração iniciada com o relativo que por uma reduzida de particípio.

  1. Soube das novidades pela reportagem que foi publicada no blog.
  2. Soube das novidades pela reportagem publicada no blog.

Emprego inadequado do pronome relativo ONDE

Observe a frase:

A cidade onde moro é linda.

O pronome relativo onde é usado para fazer referência a “cidade”, um local. Isso porque o relativo onde quer dizer “o lugar em que”. Assim, só devemos usá-lo quando o termo antecedente for um local, um lugar.

Frequentemente, porém, observa-se o emprego do relativo onde sem que haja qualquer referência a lugar. Tal uso deve ser evitado.

Observe esta frase:

“Até agora, usamos todos os seletores para selecionar os filhos ou filtrar a seleção atual. Existem situações onde você irá precisar selecionar os anteriores ou próximos elementos, conhecidos como siblings (filhos do mesmo pai). Pense em uma página de um FAQ, onde todas as respostas estão escondidas em um primeiro momento e são exibidas quando a questão é clicada.” (Por onde começar com o jQuery. Disponível em: http://i18n.2kminterativa.com.br/jquery/jquery-getting-started-pt_br.html. Acesso em 23/12/08)

Nesse caso não se admite o emprego de onde, que deve ser substituído por em que.

“[...] Existem situações em que você irá precisar selecionar os anteriores ou próximos elementos, conhecidos como siblings (filhos do mesmo pai). Pense em uma página de um FAQ, em que todas as respostas estão escondidas em um primeiro momento e são exibidas quando a questão é clicada.”

Em outras situações, o onde é usado, equivocadamente, para dar ideia de tempo:

"Esse acontecimento ocorreu no ano de 1999, onde todos tinham medo da chegada do novo milênio.”

Nesse caso, para se fazer referência a tempo, deve-se usar quando:

"Esse acontecimento ocorreu no ano de 1999, quando todos tinham medo da chegada do novo milênio"

Como é possível perceber, a elaboração de textos coesos exige treino, consulta a dicionários, releitura e disposição para reescrever frases e parágrafos. Ler em voz alta também ajuda a perceber repetições e eliminar construções desagradáveis.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL

Um texto, para ser bem compreendido, precisa ser coeso e coerente. Para entender os conceitos de coesão e coerência textual, clique aqui.

Se essas noções já lhe são familiares faça a atividade a seguir.

Sua tarefa é bastante simples: complete as lacunas com o pronome (pessoal, relativo, demonstrativo ou possessivo) adequado. Além disso, escolha, entre as opções de conectivos apresentadas entre parênteses, a que considera mais apropriada.

XADREZ E SUCO DE SIRIGUELA

Não sabe o que uma coisa tem a ver com a outra? A americana Caterina Fake criou um site que faz conexões esquisitas para lhe dar boas recomendações

“Desce o de sempre, garçom.” Em poucos minutos, chega ao balcão _________ sanduíche favorito. Para beber, um suco de siriguela com cupuaçu, com pouco açúcar, do jeito _________ você gosta. É a primeira vez que você vai _________ bar. (Para/Por) “descer o de sempre”, o garçom fez algumas perguntas aparentemente desconexas: Você acredita em alienígenas? Joga bem xadrez? Já gastou mais de US$ 150 num jeans? Pode parecer estranho, (e/mas) é assim que funciona o Hunch, um site de recomendação de produtos e serviços. _________ dá sugestões ao internauta a partir de algumas perguntas, comparando as respostas de outros usuários. A comparação cria grupos de consumidores com gostos em comum. Alguns exemplos: (porque/se) você é filho único, tem mais chance de gostar de gatos que de cães; (se/mas) acredita em discos voadores, é mais provável que goste mais de Pepsi que de Coca.

O Hunch nasceu em junho do ano passado. No início, _________ funcionava (como/de acordo com) um site para responder (e/ou) fazer perguntas, como o Yahoo! Respostas. O internauta à procura de um novo smartphone digitava “Devo comprar um iPhone ou um BlackBerry?”. (Apesar/Depois) de responder a algumas perguntas, o site _________ dava uma resposta. Recentemente, ele passou por uma reformulação. (Além de/Após) indicar qual é a melhor opção, o site também dá sugestões de lojas on-line que vendem produtos e serviços. Uma ferramenta _________ se torna poderosa ao facilitar a vida do consumidor on-line ao mesmo tempo que facilita o processo de venda dos sites de comércio eletrônico.

Por trás do Hunch está a americana Caterina Fake, de 42 anos, _________ criou o Flickr, um álbum de fotos on-line com recursos de redes sociais. A invenção _________ levou em 2006 para a lista das 100 pessoas mais influentes do mundo, publicada pela revista Time. (Quando/Desde que) vendeu o Flickr ao Yahoo!, em 2005, por US$ 35 milhões, Caterina recebeu convites para assumir empresas vistas como promissoras. A única proposta _________ a seduziu foi de Chris Dixon, outro jovem empreendedor do mundo da internet e hoje cofundador do Hunch com Caterina. Dixon queria que Caterina usasse _________ ela havia aprendido com o Flickr: incentivar as pessoas a colocar cada vez mais informações dentro de uma rede. Caterina parece ter conseguido. Quanto mais perguntas você faz e responde, quanto mais gente de _________ perfil você segue, melhor o resultado em sua busca. (Mas/Embora) o objetivo dela não para por aí. Em uma recente reportagem na revista Wired, ela disse _________ é o principal desafio do Hunch: “Queremos conectar todas as pessoas na internet a todos os objetos na internet. Seja o objeto um produto, um serviço ou outra pessoa”.

É uma missão _________ lembra a do Google. Só que, além de usar o perfil de buscas para aprimorar resultados, o Hunch tenta conhecer o usuário. Especialistas em internet consideram_________ a mais promissora ideia do mercado de buscas. No início do ano, o Google comprou um site similar, o Aardvark, por US$ 50 milhões. No ano passado, dois funcionários do Facebook abandonaram a empresa para fundar outro buscador _________, o Quora. O Aardvark e o Quora têm o mesmo princípio do Hunch. Combinam o conteúdo gerado espontaneamente pelo usuário com códigos avançados de cruzamento de informações. Os três estão disponíveis apenas em inglês.

Um site que conhece você

Como funciona o Hunch, uma rede social especializada em dar dicas de produtos e serviços

1. Assim que você cria sua conta (que pode ser vinculada a seu Twitter ou ao Facebook), o Hunch lhe faz 20 perguntas para conhecer seu estilo de vida.

2. O Hunch cruza suas informações com as de outros usuários. Um sistema de códigos compara suas respostas e encontra perfis de consumo semelhantes ao seu.

3. Ao longo da navegação, o site faz mais perguntas sobre você. Mas você pode ignorá-las, se quiser. Você também pode ajudar a tirar dúvidas de outros usuários.

4. Quanto mais você usar o Hunch e responder às perguntas, ou der dicas a outros usuários, mais o site conhece seu gosto pessoal e afina o resultado das buscas.

5. Você também pode adicionar amigos e avaliar produtos, como se faz no Yahoo! Respostas. O Hunch também funciona como uma rede social.

(FERRARI, Bruno. Xadrez e suco de siriguela. In: Revista Época, 9 ago. 2010, p. 70)

Agora, pesquise mais sobre essas novas ferramentas e redija um texto similar ao boxe acima explicando como funciona o Quora e o Aardvark.


terça-feira, 5 de outubro de 2010

PONTUAÇÃO

Atire a primeira pedra quem nunca ficou em dúvida entre colocar ou não uma vírgula antes (ou depois) de certa expressão, entre usar vírgula ou ponto-e-vírgula, ou, ainda, quando empregar dois-pontos!...

Às vezes, a incerteza é tamanha que pensamos se não seria melhor se não existissem tantos sinais de pontuação. Nada mais falso. Vejamos por quê.

Quando falamos, utilizamos vários recursos para dar expressividade ao que dizemos: mudamos a entonação da voz, alteramos a expressão facial, fazemos gestos. Tudo isso para que quem esteja nos ouvindo consiga perceber claramente qual emoção queremos exprimir (raiva, tristeza, alegria, afeto).

Na escrita, porém, esses recursos não estão disponíveis. No lugar deles, utilizamos os sinais de pontuação.

Comecemos apresentando os principais sinais gráficos da Língua Portuguesa:

A vírgula, porém, dentre todos os sinais de pontuação, é o que costuma suscitar mais dúvidas em relação ao seu uso, pois pode cumprir várias funções na frase. Ela é um importante elemento de organização do texto porque seu uso adequado (ou não) interfere no sentido das frases.

Observe o seguinte anúncio publicado pela Associação Brasileira de Imprensa.

Revista Época, 7 Abr. 2008.

Como você pôde perceber, a mudança de posição da vírgula em cada par de frases provocou também uma alteração de significado, assinalada pela frase antecedente de cada par. Veja, por exemplo, o seguinte par de frases:

Esse, juiz, é corrupto.

Esse juiz é corrupto.

Na primeira frase, a palavra “juiz” aparecendo entre vírgulas forma um vocativo (chamamento). Ou seja, o falante da frase está dirigindo-se a um juiz informando-o de que uma terceira pessoa é corrupta. Já na segunda frase, sem vírgulas, o falante acusa o juiz de corrupção.

Agora vejamos as principais funções exercidas pela vírgula.

Ø Vírgula (,) - marca pausas de breve duração entre os termos de oração e entre orações de um mesmo período.

No interior de uma mesma oração, usa-se a vírgula para separar:

a) vocativo - Ex.: — Como vai, Ricardo?

b) aposto - Ex.: Cássio, o caçula, sai cedo de casa.

c) adjuntos adverbiais deslocados

Ex.: Em meados de março, meu tio voltou de Itu. (Diferente de: Meu tio voltou de Itu em meados de março.)

Impiedosamente, o sol castiga a cidade. (Diferente de: O sol castiga a cidade impiedosamente.)

d) termos de enumeração - Ex.: Comprei bananas, maçãs, melões e abacaxis.

e) nomes de lugar nas datas e endereços - Ex.: Porto Alegre, 24 de maio de 2008.

Rua Santa Luzia, 26.

f) palavras ou expressões explicativas (isto é, por exemplo, ou seja, aliás) - Ex.: Milton concordou comigo, ou seja, fez tudo que eu pedi.

Usa-se também a vírgula para marcar a elipse, isto é, a omissão de um termo da oração. Ex.: Em São Paulo mora meu pai; em Santos, minha mãe.

Entre orações, emprega-se a vírgula para:

a) separar orações - Ex.: Não quero viajar, mas vou mesmo assim.

b) separar orações ligadas pela conjunção e cujos sujeitos sejam diferentes – Ex.: João foi ao Japão, e Maria foi à China.

c) distinguir as orações explicativas das restritivas – Ex.: O rapaz, que vinha na motocicleta, parou defronte da loja. (Diferente de: O rapaz que vinha na motocicleta parou defronte da loja.)